Polar Loop: a aposta da Polar para desafiar a Whoop sem mensalidades
A Polar anunciou recentemente a Polar Loop, uma pulseira inteligente que marca a entrada oficial da marca finlandesa no segmento das bandas de fitness sem ecrã. Ao contrário do que acontece com a Whoop, o modelo mais popular deste nicho, a Loop não exige qualquer subscrição mensal. O utilizador paga 179 euros uma única vez e tem acesso completo a todas as métricas através da aplicação Polar Flow.
Com um design minimalista, sem botões e sem ecrã, a Polar Loop foi desenvolvida para ser usada 24 horas por dia, todos os dias da semana, sem distrações. Pesa apenas 29 gramas, conta com caixa em aço inoxidável e tem resistência à água até 30 metros, o que a torna adequada para banho e natação ligeira. O sistema de braceletes intercambiáveis SoftWeave permite ainda alguma personalização, com diferentes cores disponíveis a preços acessíveis.
No interior, a Loop recorre ao sensor de frequência cardíaca Precision Prime 3.5, a mesma tecnologia usada nos relógios de gama alta da Polar. O objetivo é oferecer leituras fiáveis tanto em repouso como em esforço. A bateria garante até oito dias de autonomia, o que a posiciona acima da Whoop neste campo, embora fique ligeiramente atrás da Amazfit Helio Strap.
Apesar de não integrar GPS, a Loop pode utilizar o GPS do smartphone quando o treino é iniciado através da aplicação Polar Flow, permitindo registar percursos e sincronizar com plataformas externas como o Strava. Uma das limitações mais relevantes é a ausência de transmissão de frequência cardíaca para outros dispositivos, algo que tanto a Whoop como a Helio Strap oferecem.
A Polar Loop conta ainda com deteção automática de atividade. No entanto, de acordo com análises preliminares, esta funcionalidade ainda não está ao nível da concorrência: as sessões são registadas como atividades genéricas, sem distinção entre corrida, ciclismo ou outros desportos, e por vezes existem falhas no início ou fim da gravação.
No campo da análise de sono e recuperação, a Loop integra os algoritmos que têm distinguido a Polar ao longo dos anos. Métricas como Sleep Plus Stages (fases do sono), Nightly Recharge (recuperação noturna baseada em HRV e frequência cardíaca de repouso) e avaliação de carga cardiovascular através do Training Load Pro estão todas incluídas. A aplicação Polar Flow, disponível em iOS, Android e versão web, será também alvo de uma atualização significativa, com novos dashboards e visualização simplificada de dados.
Em termos de posicionamento, a Polar Loop surge como alternativa clara a duas propostas já estabelecidas: a Whoop 5.0, que exige uma subscrição anual entre 200 e 250 dólares, e a Amazfit Helio Strap, que custa cerca de 99 dólares mas oferece menos precisão algorítmica. A estratégia da Polar é apostar na confiança científica, na experiência acumulada em métricas de treino e recuperação, e sobretudo na ausência de custos recorrentes.
A grande questão é se a Polar Loop conseguirá conquistar utilizadores que procuram a simplicidade das bandas sem ecrã mas não querem ficar presos a uma subscrição. Se a marca afinar a autodeteção de treinos e acrescentar futuramente opções como o broadcast de frequência cardíaca, pode tornar-se numa das escolhas mais sólidas do mercado.